
Quais os cuidados na gravidez com adenomiose?
Você sabe quais os cuidados que deve ter na gravidez com adenomiose?
A adenomiose é um problema conhecido por causar dores que são comparáveis às do parto. Muitas mulheres desenvolvem essa condição ao longo da vida, mas algumas podem passar a maior parte do tempo sem saber que são portadoras da doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada dez mulheres no mundo pode sofrer com a doença, que pode não manifestar os sintomas. No Brasil, há uma estimativa de que 150.000 casos sejam registrados anualmente.
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Além das condições de saúde que a doença pode causar nas mulheres, existe uma preocupação ainda maior em como a doença pode afetar a gravidez.
Vamos entender melhor o que é, como ela é causada e quais os cuidados na gravidez com adenomiose.
O que é adenomiose?
O útero da mulher é dividido em duas partes principais: o endométrio e o miométrio. O endométrio é a parte do útero na qual o futuro embrião vai crescer, muito vascularizada e cheia de glândulas, enquanto o miométrio é responsável por realizar as contrações durante o período do parto.
A endometriose é um distúrbio no qual o tecido que normalmente reveste o útero cresce fora do espaço que deveria, como nas trompas, ovários ou na cavidade abdominal, causando muita dor de cólicas e irregularidades menstruais.
Já a adenomiose pode ser definida como uma espécie de endometriose que atinge apenas miométrio (músculo do útero). Ela é uma doença bastante semelhante à endometriose, causando dores e incômodos para as mulheres portadoras.
A doença se caracteriza por um acúmulo do endométrio (mucosa que recobre a parte interna do útero) fora do local adequado, que seria a cavidade uterina. Ou seja, essa condição traz uma concentração de endométrio em uma parte muito sensível do útero da mulher.
A adenomiose é mais frequente em mulheres com mais de 35 anos e que já tenha passado por uma gravidez. No entanto, algumas pessoas mais jovens e sem filhos também podem sofrer dessa doença.

Quais são os sintomas da adenomiose?
Por conter sintomas relativamente “comuns” para algumas mulheres durante a menstruação, como um grande fluxo de sangue e cólicas fortes, algumas mulheres não chegam a desconfiar que são portadoras da doença.
Geralmente, podemos colocar na lista de sintomas:
- Cólicas excessivamente fortes (causadas pelas irritações no miométrio);
- Fluxo menstrual com coágulos e alto sangramento;
- Dores durante o ato sexual;
- Dores ao defecar.
Caso uma mulher venha a apresentar esses sintomas, é muito importante que um médico seja consultado para realizar os exames adequados.
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O que causa a doença?
A doença pode possuir diversas causas, que vão desde mais de um parto durante a vida reprodutiva da mulher até uma primeira menstruação precoce, por exemplo, antes dos 10 anos de idade.
Mulheres mais velhas também possuem uma tendência maior a desenvolver essa condição, por conta de uma maior exposição aos hormônios femininos, principalmente o estrogênio.
Quando a doença é causada por um parto, as mulheres passam a sentir os sintomas de 1 a 3 anos após dar à luz. Isso geralmente acontece em casos de parto com o miométrio cortado (uma cesariana), mas as mulheres com parto normal também possuem chances de desenvolver a doença.
Como a doença é diagnosticada?
Em casos de suspeita, a detecção da doença pode ser feita por ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética, considerada a melhor maneira de observar o músculo interno do útero. Porém, por muitas vezes ser confundida com outras doenças pélvicas o diagnóstico pode ser demorado.
Depois os exames de imagem, é possível que o médico solicite uma biopsia endometrial para testar o tecido. Esse exame vai descartar outras possíveis causas dos sintomas, como miomas.
No entanto, apesar de haver várias formas de diagnosticar de maneira quase certa, o diagnóstico definitivo só é feito quando a mulher faz uma histerectomia (remoção do útero) e o(a) médico(a) pode observar o órgão.

Será que posso engravidar?
Assim como no caso da endometriose, não existe um motivo concreto para que a mulher portadora de adenomiose tenha dificuldade de engravidar. No entanto, alguns estudos mostram que a condição pode proporcionar contrações involuntárias fora do período menstrual, o que pode facilitar um aborto com pouco tempo de implantação do feto.
Além disso, o útero sofre alterações funcionais que podem ter como consequência a infertilidade. Há casos em que doença pode atrapalhar até mesmo a reprodução assistida.
Ou seja, a adenomiose não é um impedimento para que a mulher possa engravidar. Mas se ela não for tratada, pode causar problemas de fertilidade e impedir a implantação do bebê.
- A perda da estrutura normal da musculatura uterina pode alterar o transporte dos espermatozoides pelo útero;
- Alterações na circulação de sangue da parte mais interna do útero (endométrio) podem impedir a implantação do embrião no útero;
- Interfere no transporte do óvulo pelas tubas até ao útero.
Nesta situação, apesar de poder causar vários problemas, a doença não é um impedimento e não deve ser motivo para mulheres desistirem de engravidar. Com o tratamento certo elas podem ser tornar mães assim como as outras mulheres.
Quais são os cuidados na gravidez e como ela é tratada?
A maior parte do tratamento para mulheres com a doença é feito à base de hormônios (progesterona), por ela ser uma doença que é causada pelo aumento dos níveis de estrogênio.
No caso desse tratamento ocorre a inibição da menstruação e reduz as dores e os efeitos da doença. O médico também pode optar por indicar uma cirurgia para o tratamento. Nesse caso se aplica a retirada total do útero, que não é a solução que as mulheres que pretendem engravidar procuram.

Assim, para as mulheres que sofrem com a doença e ainda querem engravidar, a maior indicação é utilizar tratamentos com anti-inflamatórios e medicamentos para aliviar a dor durante o período menstrual.
Para as pacientes que possuem nódulos de adenomiose, também chamados de adenomiomas, uma pequena cirurgia para retirada parcial ou total das lesões pode ser muito benéfica, o que vai melhorar as chances de gravidez e os sintomas da doença (sangramento excessivo e fortes cólicas menstruais). As opções para fazer a cirurgia envolvem via laparoscópica e também por meio de cirurgia robótica.
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